15 de mar. de 2008

Programas de intercâmbio levam cada vez mais jovens ao exterior

Com o câmbio do dólar mais baixo, o número de intercambistas cresce e chega a cerca de 50 mil ao ano

Antes um privilégio de poucos, o intercâmbio tem se tornado uma realidade mais próxima para aqueles que decidem dedicar parte da sua vida a experiências novas. Todos os anos, cerca de 50 mil jovens brasileiros, na faixa de 16 a 30 anos, buscam carimbar o passaporte e descobrir os prazeres e os desafios de se abrir para um mundo novo.

Em Natal, a demanda por intercâmbios culturais cresceu significativamente em 2008, de acordo com informações da agência de turismo[bb] Arituba. Para Abdon Gosson, empresário e dirigente dessa empresa, a maior procura decorreu não só do barateamento dos cursos no exterior motivado pelo câmbio do dólar mais baixo e estável, mas também pelo fato de as pessoas terem hoje uma melhor concepção da importância de se fazer um curso fora do país, que além de proporcionar um diferencial para o currículo do estudante que viaja, também é um adicional para sua vida pessoal.

Entre os destinos mais procurados pelos natalenses, os países de língua inglesa estão no topo, tendo o Canadá em primeiro lugar, seguido pelos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia e Espanha.

Polyana Caldas, de 18 anos, é um exemplo de jovem que decidiu desvendar a cultura estrangeira. Em 2007, preparou as malas e foi direto para o México, onde passou um ano aprendendo o espanhol. “Foi uma experiência inesquecível para mim. Apesar de algumas pessoas preferirem os Estados Unidos e a Europa, eu fui para o México e me apaixonei. Os costumes, as comidas, as músicas, tudo me conquistou. Eu pude ver como um país latino pode ser surpreendentemente diferente do Brasil”, conta.

Segundo a psicóloga Dina Dantas, a expectativa dos pais que apóiam e incentivam seus filhos ao intercâmbio é de que possam aprender com a experiência de estarem sós sem sua proteção, lidando com a própria liberdade e sabendo fazer suas escolhas com responsabilidade. Marlúcia Caldas, mãe de Polyana, confessa que sentiu receio ao ver sua filha ir morar longe com outra família, mas se convenceu de que isso lhe garantiria certa maturidade para lidar com as mais diversas situações.

Isso mostra que os intercambistas, ao voltarem à sua terra de origem, trazem na bagagem muito mais do que levaram, que é o conhecimento e a experiência de vida, além da fluência em um idioma estrangeiro e a capacidade de encarar a realidade sob vários pontos de vista.

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